Saideira
A música é um pedaço do Divino expresso em ondas sonoras, pois assim como o sagrado, a música, tem o poder de harmonizar o coração, de tocar o espírito, de trazer o céu para a terra.
Ao som de uma boa canção, o céu toca o chão, afinal uma
canção é para isso, pra deixar a vida mais leve. Em meio ao caos que é a
existência, uma canção puxa um fio de paixão no labirinto da gente, acende um
farol que ilumina a alma, faz nos encontrar um caminho, que só existe quando
você passa.
Seus versos sem respostas, vão quase sem direção e em noites
de um verão qualquer, como um misterioso luar de fronteira, quase sem querer, encontra
alguém que lhe queira, acha alguém para a vida inteira.
Nos dias maus ela dissolve a escuridão, nos dias tristes ela
abraça, nos dias bons nos deixa suave, nos dias bobos, disfarça, vira desculpa
Mandrake para explicar o constrangimento de uma dança louca, própria daqueles
que não conseguem ficar parados, quando ouvem uma canção de amor dançante.
Do Funk lá no morro da Mangueira, ao Reggae lá na rádio do
café, seja num banco sem guitarra elétrica, ou com apenas um violão ou qualquer
coisa parecida, a caixa e o bumbo possuem o poder indefectível de nos
transportar para um lugar diferente, Guaporé, Jalapão, Jamaica, Guiné, Irajá,
BH ou para além do final dessa rua, onde ela deixou saudade e tudo aquilo que
nos juntou.
Quanto a mim não é o fim, não há razão para que esse dia
acabe, vou ficar, só não sei quanto tempo vou esperar, na verdade eu nem sei o
que vou fazer, mas eu vou ficar, quem não vai embora não perde o caminho,
confesso que já sinto sua falta e talvez eu não consiga esperar tanto tempo
assim, nesse tempo de espera, prometo não te matar dentro de mim, em paz ficarei
onde estou, pois ter que esquecer é insuportável é dor incrível.
Meus olhos nesse instante, são dois rios de saudade e
nostalgia.
Obrigado Skank por colocar tanta poesia em mim.
Comentários