O menor investimento. O maior amor


Quando começamos a analisar a vida afinco, vamos descobrindo que nela há processos e situações que são inerentes a todos e isso nos torna iguais, descobrimos que nossos anseios, desejos e vontades em geral, se analisados em ultima instancia são os mesmos, com isso vem ao chão toda, teoria, idéia, “remédio”, ou religião que dizem ter a formula para controlar a vida ou Deus, ou controlar a vida e Deus. Com esta nova percepção entendemos que estamos sujeitos a todos os bens e males da vida independente do que cremos, que mesmo os mais corruptos e sacanas podem ganhar na loteria, bem como os mais justos e honestos podem morrer atropelados.

Trilhando nesse pensamento descubro a verdadeira faceta de Deus, ou posso me enojar de seu suposto “descaso” com a humanidade, com todos os percalços que a vida tem, posso aderir à idéia deísta de que estamos no mundo à deriva da roleta da vida, que como um barco em alto mar, estamos esperando que o tempo não vire e que as ondas não se enfureçam, dependendo do imprevisível, a mercê do incontrolável. Conceito tal que nem tudo tem de errado, mas que nos impossibilita de enxergar o imenso amor de Deus, que tendo o controle decidiu não controlar, que tendo o poder decidiu não dominar, que não precisando decidiu se relacionar com seres infinitamente menores, que nos deu total liberdade de escolha, mesmo correndo o risco de não o escolhermos, e o mais fascinante ainda assim me amar, pois o seu amor não está atrelado ao resultado que lhe damos, mas simplesmente no desejo de amar, de ser parceiro, de participar de nossa caminhada como um fiel escudeiro, pois se houvesse qualquer tipo de controle não haveria sentimentos verdadeiros.

No final das contas estamos sim diante dos buracos da estrada, contudo não estamos sozinhos no carro.

A vida é bela e a idéia é nobre.
Silas Lima

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