Vila Velha (Itaparica) #04/20

Os gregos antigos diziam que a felicidade estava em alcançar a paz na alma, ou seja, feliz é quem vive sem incômodos, sem perturbações.

O comum da vida é o silencio, passaremos a maior parte da nossa vida em silencio, conectados apenas conosco, e por isso fugir do silencio é em algum sentido fugir de si mesmo, estamos cada vez mais tentando o tempo inteiro preencher o nosso tempo, pois ter um tempo vago, é ter que se deparar com o silencio, e por conseguinte se deparar conosco.

Confesso que ultimamente se deparar comigo mesmo é duro demais, tomei decisões duríssimas nos últimos tempos e as vezes tenho medo de ter me perdido, então o silencio me assusta.

Mas hoje cheguei em Vila Velha – ES, e a calmaria desse lugar - especialmente da praia de Itaparica, me obrigou ao silencio, me convocou a conversar comigo mesmo, me colocou numa sala onde só havia eu e eu mesmo, e não teve jeito, tive que me ouvir, tive que olhar para dentro de mim. 

Assumo, me assustei, estou tão cheio de medos, estou fraco, estou fragilizado, com dores e precisando de cuidado, meu cansaço está negligenciando meus amigos, minhas relações, estou acordando diariamente lutando em busca de um caminho, um sentido e não tá fácil, mas por mais que isso pareça ser a perdição, eu me encontrei, eu me enxerguei, percebi que não estou mais perdido, estou apenas parado e preciso começar a andar.

Contudo a conversa de hoje ainda não foi o bastante eu não consegui descobrir por onde ir, é difícil, ainda estou me conhecendo de novo, mas me prometi uma coisa, não deixarei mais de me ouvir...

Só vai quem pode voltar...

A vida é bela e a ideia é nobre

Silas Lima 

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